Às vezes acre, às vezes doce,
às vezes dá pra sentir o cheiro
da liberdade que poderia ter,
se eu não fosse tão presa ao chão...
Se tivesse um pouquinho mais de coragem
e botasse a tapa, a cara,
e pudesse sair daqui,
dessa cidade fantasma em ruínas...
Se fosse mais fácil desatar os nós,
e cortar os cordões mais que umbilicais...
Se sentisse que posso andar
amparada num braço forte,
e que não precisaria temer
apenas confiar...
Eu iria pra longe meu Deus...
Eu levaria apenas os livros que nunca li,
os outros na memória,
compraria cadernos pra escrever minhas histórias...
Eu iria pra perto,
talvez mais dentro de mim,
e viveria como se fosse o último dia...
Se eu tivesse um pouco mais de calma,
fugiria daqui...
Márcia- 24/11/2010
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